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Biometria facial tomará o espaço das senhas numéricas?

É um fato de que a biometria facial tem se tornado cada vez mais comum na vida dos brasileiros. A tecnologia que surgiu nos EUA em 1960, está perdendo espaço para a tecnologia de biometria facial, que vem sendo considerada uma “assinatura avançada”, de acordo com a Lei n.º 14.063/2020.

Além de comércios físicos ou digitais, a biometria tomou seu espaço também em serviços de bancos, como uma das principais ferramentas contra fraudadores. Além disso, limita o acesso de terceiros a determinadas áreas de um cadastro.

De acordo com Antonio Alves de Oliveira Neto e Viviane Prota de Oliveira, do escritório Peck Advogados, para a Valor Investe: “Desde que foi decidido pelo Superior Tribunal de Justiça que as instituições financeiras são responsáveis por provar a autenticidade de assinatura em contrato quando questionado pelo cliente, aumentou o cuidado em adotar meios mais eficientes e seguros para garantir a autenticidade e a integridade das operações”.


A biometria facial é acessível?

Quando se trata de novas tecnologias, é importante ressaltar a falta de estrutura social em determinadas localizações e como as pessoas são afetadas a partir disso. Assim, começa o debate sobre o letramento digital e como garantir que todos tenham garantia de inclusão e segurança em um país com tantas desigualdades de acesso à tecnologia.

Conforme mostrou o índice “The Inclusive Internet 2021”, publicado pela revista britânica The Economist, o Brasil ocupa a 80ª posição, entre 120 países, no ranking de alfabetização digital, ou seja, o nível de competência para uso da internet. Entre os 20 países da América Latina, o Brasil está em 16º lugar.

Dessa forma, é importante que empresas que disponibilizam a biometria facial busquem sempre tornar a experiência o mais intuitiva possível, e ainda mais, ofereçam meios de contato para pessoas com maior dificuldade de acesso.


Revoluções tecnológicas

Após a pandemia, recursos tecnológicos que utilizam inteligência artificial passaram a ganhar mais força. São algoritmos treinados para reconhecer uma pessoa pelo rosto, independente de mudanças no corte de cabelo ou uso de barba, por exemplo. 

A partir de 1º de novembro de 2023, o Banco Central começará a exigir que as instituições financeiras compartilhem entre si dados e informações sobre fraudes no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Portanto, a biometria facial pode servir como uma grande aliada nesse processo de troca.


As senhas numéricas realmente perderão espaço?

Ao que tudo indica, sim. O recurso de biometria facial acaba sendo, também, o caminho para que os bancos que não têm agências físicas façam testes de autenticidade e prova de vida. Sem a interação em um posto de atendimento, essa tecnologia dá às plataformas melhores condições para confirmarem que aquela pessoa, de fato, é o cliente que diz ser.

Portanto, a biometria facial têm se mostrado como uma das assinaturas eletrônicas mais seguras para conferir a autenticidade e cada vez mais as senhas de quatro ou seis dígitos, e outras formas de acesso, ficam para trás.