Com o avanço da Inteligência Artificial, surgiu uma nova problemática: em que momento são impostos os limites da ética? Desde o surgimento do conceito, é uma “habilidade” e uma preocupação apenas dos humanos diante ao ambiente. Agora, estende-se à algo externo, colocando em questão até onde os humanos possuem controle e responsabilidade sobre as decisões da IA. Quando se trata de análise documental então, a questão se torna ainda mais sensível.
A automatização da análise de documentos só foi possível graças a Inteligência Artificial. Portanto, é fundamental que as organizações que utilizam essa tecnologia estejam atentas a questões éticas e tomem medidas adequadas para garantir um uso responsável.
O que é a ética?
O termo surgiu na Grécia Antiga, e basicamente é um conjunto de princípios morais que guiam o comportamento humano e a tomada de decisões em situações complexas, e portanto devem ser seguidos para garantir um bem-estar social.
Com o surgimento e desenvolvimento da internet, a ética se estende de forma a proteger os usuários no ambiente virtual, garantindo sua segurança e dignidade. Alguns exemplos da ética digital são: proteção e privacidade de dados, respeito entre os usuários, disseminação apenas de informações reais, propriedade intelectual e direitos autorais, etc.
Um exemplo da ética aplicada ao mercado financeiro é o ESG, que basicamente é o conjunto de três pilares — Environmental (Meio Ambiente), Social (Social) and Governance (Governança) — que serve para guiar as empresas a atuarem de forma responsável e sustentável com a sociedade.
A ética na análise documental automatizada
Para garantir que a IA seja treinada a agir de forma ética diante à análise de documentos, alguns princípios devem ser levados em consideração:
- Privacidade dos dados: os dados compartilhados pelos clientes devem ser protegidos durante o processo de análise em conformidade com as leis e regulamentações aplicáveis. Isso, porque é um momento sensível, em que a IA estará lidando com informações pessoais, financeiras ou confidenciais presentes nos documentos.
- Qualidade dos dados: a transferência de dados durante o treinamento da IA deve ser precisa e correta, de forma que devem estar atualizados e imparciais para que não leve a conclusões injustas ou incorretas.
- Responsabilidade e tomada de decisões: ocorrem decisões importantes através desse processo, e por isso, deve se garantir que haja supervisão humana adequada para evitar a automação de decisões que devem ser tomadas por humanos.
- Transparência: Os algoritmos utilizados na análise documental automatizada devem ser transparentes e explicáveis. É importante que os usuários compreendam como se obteve os resultados e os critérios para isso. Dessa forma, aproximando o cliente do processo e impedindo que se perca o controle em algum momento.
- Uso adequado e propósito legítimo: O uso deve ser apenas para fins legítimos e de acordo com as leis e regulamentações aplicáveis. É importante garantir que não se use a tecnologia para fins ilegais, fraudulentos ou antiéticos, como violação de privacidade, falsificação de documentos ou discriminação.
- Colaboração humana: A Inteligência artificial deve servir para complementar e otimizar as capacidades humanas, e não substituí-las. É importante sempre se atentar a esse fato para garantir que os valores e as capacidades humanas sejam valorizados.
Portanto, é neste momento em que a ética deve agir para que a IA seja utilizada para fins legais e para que seja possível controlar essa força que vem surgindo com as novas inteligências.
Como a IA pode ajudar as empresas a serem mais éticas?
A inteligência artificial (IA) pode desempenhar um papel importante na promoção da ética nas empresas. Aqui estão algumas maneiras:
- Tomada de decisões imparcial: os algoritmos podem tomar decisões com base em critérios objetivos e imparciais, minimizando a influência de preconceitos inconscientes ou discriminatórios. Alguns exemplos são: contratação, promoção e avaliação de desempenho.
- Monitoramento de conformidade: monitorando o cumprimento de regulamentações e políticas internas, o algoritmo identifica automaticamente possíveis violações éticas e informa os responsáveis para que ações corretivas possam ser tomadas.
- Autenticação de informações: Com a disseminação das “fake news”, é possível verificar a autenticidade de informações antes de serem disseminadas ou usadas como base para tomada de decisões éticas, podendo ajudar a evitar a propagação de informações incorretas ou enganosas.
- Treinamento em ética: Através de treinamento para os funcionários, a IA pode ajudar a compreender melhor os princípios éticos e a tomar decisões éticas em seu trabalho diário, promovendo então uma cultura ética e responsável em toda a organização.
Algumas precauções
É importante destacar que as questões éticas variam de acordo com o contexto e a aplicação em que são inseridas. Logo, os desenvolvedores, fabricantes, usuários e reguladores da IA devem considerar ativamente as implicações éticas em suas práticas e políticas. E assim, promover uma discussão aberta e inclusiva sobre ética para garantir um desenvolvimento e uso responsáveis e benéficos da tecnologia.
Além dos benefícios citados anteriormente, o algoritmo também é um grande aliado para as empresas na detecção de fraude. Por conseguir analisar documentos em escala de forma rápida e assertiva, podem identificar comportamentos fraudulentos e auxiliar as empresas a corrigir tais situações.
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