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Internet of toys: uso de dados de crianças e adolescentes

Com o decorrer dos anos, a internet tem se mostrado um dos principais meios para adquirir e compartilhar informações, oferecendo soluções de forma mais eficiente. Esse período é caracterizado por avanços significativos, mas também gera apreensões, especialmente ao considerarmos o impacto na juventude. O uso excessivo de tecnologias e sua interferência intrusiva nas rotinas diárias podem acarretar riscos ao desenvolvimento completo durante a infância e adolescência. Nesse contexto, surge a internet of toys.

A internet of toys trata-se de brinquedos infantis que necessitam estar conectados a uma rede, e que são capazes de interagir com as crianças e com os adolescentes de forma personalizada, a partir dos seus dados. Estes, funcionam de forma diferente dos brinquedos convencionais, que por sua vez, dispõe apenas de frases repetidas ou de músicas gravadas.

Se interessou pelo assunto? Continue lendo o conteúdo e entenda mais sobre o que é essa tecnologia e auxilie no processo de proteção de dados de vulneráveis.


O que é a internet of toys?


Para conhecer a internet of toys, primeiro é necessário o entendimento sobre o que é a Internet das Coisas (IoT). Trata-se de uma ideia que envolve conectar dispositivos à internet, para que eles trabalhem com os dados fornecidos. Isso pode incluir uma variedade de objetos, desde eletrodomésticos, wearables e até mesmo brinquedos. A ideia por trás da IoT é permitir que dispositivos cotidianos se comuniquem e colaborem para melhorar a eficiência geral das atividades humanas.

Seguindo esse conceito, a “Internet of Toys” (IoToys) funciona como a aplicação do conceito de IoT a brinquedos. A tecnologia consiste na criação de brinquedos que se conectam à internet para oferecer recursos interativos, educativos ou de entretenimento. Esses brinquedos projetados para se comunicar com outros brinquedos ou dispositivos, permitem jogos colaborativos e experiências personalizadas.

Um exemplo é a Hello Barbie, versão moderna da boneca lançada há seis décadas, que é capaz de falar, reconhecer a voz da criança e se conectar à nuvem para buscar informações para novas conversas, aprendendo junto com a criança.


Internet of toys: crianças e jovens protegidos


Nesse contexto, é de extrema importância que os responsáveis legais e o governo prestem atenção na forma em que os menores estão propagando suas informações e como isso pode voltar de forma negativa. Com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) em ação, têm se tornado cada vez mais difícil para que ocorra uma coleta de dados não consentida e irresponsável. De acordo com o veículo de notícias Dialogando, o psicólogo e diretor da SaferNet, Rodrigo Nejm, afirma que como os brinquedos tecnológicos ainda estão chegando ao mercado, especialmente no Brasil, surgem novas questões e a segurança é uma delas. “É importante que os responsáveis avaliem o produto, os recursos de segurança que ele oferece e as questões relativas à privacidade, pois alguns brinquedos trazem câmeras ou microfones, por exemplo”, diz ele. 

De acordo com pesquisas apresentadas no site Twisted Toys:

72 milhões de pontos de dados serão coletados de uma criança antes de completar 13 anos;

61% das crianças de 8 a 12 anos foram contatadas por alguém que não conhecem enquanto jogavam;

– Serviços digitais populares, como Facebook, têm sido usados em casos conhecidos de preparação de crianças para fins sexuais e tráfico de drogas;

29% das crianças entregam seus dados pessoais a pessoas que conheceram online, incluindo seu número de telefone celular e endereço residencial;

15 dos principais sites usados por crianças tinham termos e condições demasiadamente complicados;

– Uma pessoa comum precisaria reservar quase 250 horas para ler corretamente todos os termos e condições que aceita ao utilizar serviços digitais;

73% dos jovens não leem os termos e condições de qualquer plataforma que utilizam.

Entre outras situações alarmantes.

Confira a seguir alguns alertas que, além dos responsáveis legais, a sociedade pode seguir para proteger a exposição dos dados de crianças e jovens.


Pesquise sobre o fabricante do brinquedo


Busque saber se o fabricante dos brinquedos tem credibilidade no mercado, como, por exemplo, se dispõe de normas de segurança, se há reclamações atreladas ao produto ou ao fabricante, etc. É importante que os consumidores se atentem a este tipo de informação, independente se o produto é para o público mais jovem ou não.


Habilite as configurações de privacidade


Antes de qualquer ação relacionada ao brinquedo, verifique juntamente a criança se existem configurações de privacidade e envio de dados ou relatórios. É importante destacar, que os menores também tenham o conhecimento dos riscos, pois em algum momento podem estar sem a supervisão dos responsáveis e acabarem se expondo a situações de risco.


Altere nomes de usuário e senhas-padrão


Certos brinquedos vêm de fábrica com nomes de usuário e senhas-padrão. Portanto, é fundamental que esses elementos sejam alterados antes do uso. Crie senhas fortes com números, letras maiúsculas e minúsculas, além de símbolos.


Verifique se as conexões são seguras


Alguns brinquedos tecnológicos demandam rede wi-fi ou bluetooth. É importante que essas conexões sejam seguras, ainda mais se o brinquedo puder gravar dados de geolocalização.

Antes de emparelhar o brinquedo, verifique se há um processo de verificação ao configurar a conexão Bluetooth. Em relação à rede de Wi-Fi, é aconselhável usar a ferramenta Verificador de Wi-Fi para avaliar a segurança da sua conexão. Caso encontre problemas, certifique-se de resolvê-los antes de prosseguir com a conexão do brinquedo.


Converse com a criança sobre a segurança online


Quanto mais a criança ou o adolescente entender como funciona um brinquedo tecnológico e quais são as formas de manter a brincadeira segura, melhor. É importante mostrar a diferença entre os bons acessos e compartilhamentos, dos que não são.


Leia também – Combatendo a falsidade ideológica: prevenção, detecção e responsabilização.


Como evidenciado, o uso desses brinquedos inteligentes requer precauções ampliadas tanto por parte das autoridades governamentais quanto das famílias. Isso ocorre porque os dados coletados por esses brinquedos têm implicações significativas, especialmente considerando o público extremamente vulnerável envolvido, que difere daqueles que são destinatários convencionais. Além disso, é importante notar que já não é viável excluir crianças e adolescentes do uso dessas tecnologias, dada a realidade das gerações atuais.